Lá estava eu na faculdade, na aula de Técnicas de Comunicação II. Minha adorável professora, Luciana Pessanha, pediu para fazermos qualquer tipo de texto, crônica, conto, diálogo, etc., desde que tenha o título "Sob pressão". Eu fiz um texto num formato post de blog (leia-se sem formato). Escrevi qualquer bobagem que vinha à cabeça, e no final o texto descreve uma boa parte da minha existência. Como já estava pronto mesmo, resolvi colar aqui... Whatever.
Sob Pressão
Eu preciso. Preciso terminar. O final está quase ali, ao alcance das minhas mãos, na ponta dos meus dedos... então por que será, quando eu sei que falta tão pouco... eu vou fazer outra coisa. Não termino. Estar sob a pressão de finalizar algo, aquela necessidade iminente... eu faço exatamente o contrário. Se o fim está à direita, eu vou pra esquerda. Largo tudo, deixo de lado. Começo outra coisa. Algo novo. Isso é interessante, isso é legal. Isso é inspirador. Dessa vez eu não vou ficar entediada, tenho certeza que não vou ficar entediada, JURO que não vou ficar entediada. Mas eu fico entediada. Não há motivação. Quanto maior é a pressão para terminar algo, menor é minha motivação para fazê-lo. Não importa o que seja, por mais interessante, legal, inspirador. Pode ser trabalho da faculdade, um livro de 700 páginas, um jogo de RPG com 100 horas de duração... Não dá. Eu amo o que quer que eu esteja fazendo. Mas a pressão de terminar me faz com que eu fuja quando estou quase no fim. Não quero, não quero terminar. Não quero dizer “Mission Accomplished”. Tenho um bloqueio. Uma parede que se forma na minha frente, me trava, não avanço. Não posso avançar, não quero avançar.
Só no último segundo, quando não dá mais tempo, quando a pressão é esmagadora, quando o desafio é maior que tudo... esse é o momento que eu fico louca. Fico louca. Louca. E me vem aquela injeção de adrenalina, de ideias, de ideias de adrenalina, adrenalina, ideias. E é quando eu termino o que quer que estivesse protelando por duas semanas (dois meses, dois anos), em duas horas. Só assim eu funciono. Funciono. Funciono?
Se você pode chamar essa mega tendência ao tédio somada a terrível prática da auto-sabotagem com um toque de instinto de sobrevivência quando as coisas estão quase explodindo, de algo funcional, então eu funciono.
Gosh, matem-me. Plz.
Sério.